Este jornal, velho já de mais de 35 anos de vida ativa e ininterrupta, traz em seu cabeçalho a definição ou razão ser da sua existência.
-Independente, político e noticioso.
E dentro neste programa e neste propósito continuará existindo e vivendo, dedicando-se com amor e, por vezes, apaixonadamente á defesa dos interesses da Terra e seu Povo.
Dizem certos profiteurs¹ da política, aqueles que a praticam ou exercem visando a cargos, posições e vantagens que fazemos "oposição sistemática".
Fazemos, sim, oposição sistemática a todos aqueles que desviados dos bons caminhos, ou transviados na prática de atentados ás leis, aos bons costumes, aos deveres e às suas obrigações, contra eles estaremos, sistemáticamente, na trincheira inexpugnável dos nossos anseios e ideais, para combatê-los, sem quarteis.
Porque, não seremos, nunca, coniventes nem pactuantes com desonestidades, corrupção e ilegalidades.
Seja por comissão ou omissão, tal qual aqueles que, por comodismo e omissão sistemática e premeditada, se deixam quedar, silentes e indiferentes aos crimes e pecados praticados contra os interesses sagrados da causa comum. De todos.
Fizemos, é certo, oposição sistemática contra o governante municipal, prefeito, que, para felicidade de todos nós e da Terra, já se foi.
-E quem, em sã consciência, e pureza, e sinceridade de propósitos, poderia omitir-se de assim proceder?
-Só os coniventes e pactuantes, os displicentes e desinteressados pela causa pública.
Um novo estado de cousas vem de se instalar entre nós, ao qual nos colocamos em oposição, como parte integrante de governo, como no dizer do Sr. Presidente da República, que, dela, oposição, não prescinde.
E neste carácter, e nestas disposições, não nos afastaremos uma linha sequer, combatendo os erros, criticando as falhas, censurando as falhas, profugando² contra as injustiças e verberando contra os deslizes e as faltas que venham ocorrer.
Em verdade, maior pecado há, da parte d'aqueles que, por indiferentismo, comodismo, omissão ou comissão, por comodismo ou interesse inconfessável, implicitamente se tornam coniventes.
Combatemos e combateremos sempre que se fizer justo e necessário.
A nossa independência, altivez e coragem se fundamentam, sobretudo, nos nossos propósitos.
A nossa política, a que nenhum cidadão se pode exhimir, é a política do dever a cumprir na arte de bem administrar e orientar os destinos comuns.
E noticiar e divulgar os fatos alicerçados na verdade, que nem sempre agrada, mas sempre fere aos hypócriatas, corruptos e mentirosos.
Assim estivemos e assim estaremos.
A sorte é esta, lançada sem titubeios nem tergiversações. (A Razão, 1967, p.1).
Texto extraído do Jornal A Razão ipsis litteris da Edição 996, Ano 35, São Gonçalo dos Campos-BA, 28 de Abril de 1967, link do arquivo da referida edição digitalizada em PDF.
